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A grande revolução: Novas regras de Bail-in para os bancos

  • camilocarvalho6
  • Nov 2, 2015
  • 3 min read

Bail-in entra em vigor a partir de Janeiro de 2016. Enquanto brincamos aos Governos o sistema bancário português toma o rumo do Titanic em colisão directa contra um iceberg.

As novas regras europeias chamam os obrigacionistas não subordinados e os depositantes com depósitos acima dos 100 mil euros ao resgate dos bancos. Como? Convertendo esses valores em acções do banco.

Segundo as minhas fontes a Resolução de qualquer banco obriga ao bail-in (ao contrário do bail-out ajuda vinda de entidades externas ao banco, como a troika) . Assin sendo as dificuldades declaradas em arranjar capital em bancos como o Banif e Novo Banco não é nada de estranhar que possamos voltar a passar pela experiência da Resolução. No entanto não terá o bail-in imediatamente um efeito de contágio provocando uma corrida aos depósitos?

A troika acabará por voltar para ajudar os bancos!

Uma pequena análise por banco

- Novo Banco está num encruzilhada. O Banco de Portugal impede aumentos de capital que teriam de ser injectados pelo Fundo de Resolução, e a administração do Novo Banco diz que os activos que têm para vender não chegam para reforçar o capital. Na prática, seja que solução arranjem o Novo Banco arrisca-se a ser uma perda substancial para o sector bancário, porque são estes os donos do Fundo de Resolução.

- CGD tem exigências de capital do BCE difíceis de cumprir. O banco do Estado ainda tem de pagar 900 milhões de CoCo´s ao Estado, ainda nada pagou e Bruxelas exige que pague, e o banco terá de vender activos para conseguir ter dinheiro. Não excluindo o turbilhão das mudanças de gestão (com um novo Governo no horizonte). A venda de alguns activos (quais????) estão forçosamente na agenda de 2016. Mas chegam?

- Banif é o caso mais bicudo da banca. Pois tem de pagar os 125 milhões de CoCo´s (empréstimo) ao Estado, pois Bruxelas exige, e não tem capital para isso. Tem de vender activos. Vai vender o banco em Malta e a Açoreana. Mas a venda da seguradora vai provocar uma imparidade significativa no Banif e desta feita, se o capital entra por um lado sai pelo outro. O Banco terá de arranjar investidores privados para se substituir ao Estado que para além do empréstimo tem lá acções especiais no valor de 700 milhões de euros, mas quem é que vai entrar no Banif?

- BCP que terá de levar com o impacto na Polónia da imputação dos custos de conversão de empréstimos de francos suíços para zlotys e terá de ter dinheiro suficiente para devolver os 750 milhões de Coco´s ao Estado. O rácio de capital BCE? Ninguém sabe qual é para o banco liderado por Nuno Amado. Terá o banco português de fazer um novo aumento de capital? Tem capital suficiente?

- BPI é o único que já disse que o rácio BCE não é superior aos 10,6% que já tem de common equity tier 1 (que alívio!), mas o banco tem outro problema: o spin off dos activos angolanos. O BPI pretende dividir-se em dois, um doméstico e outro África e assim ultrapassar o problema da exposição aos grandes riscos a Angola, por sua vez também criado pelo BCE quando excluiu este país de equiparado em supervisão à Europa. O BPI passará a ser um banco doméstico, com menos lucros e também menos capital. Conseguirá ser um banco doméstico rentável?

- Montepio terá alguma alternativa que o obrigue a aumentar o capital. O banco tem já a vantagem dada pelo novo regime das caixas económicas, publicado a 10 de Setembro, que abre portas a novas fontes alternativas de capital. Até aqui, a Caixa Económica Montepio Geral só poderia receber injecções de capital da Associação Mutualista, sua proprietária; agora, esta poderá vender até 49% da sua posição, ou seja, pode reduzir a sua posição desde que se mantenha maioritária.


 
 
 

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